“Guanambi, ainda é uma cidade que está num nível de homicídios e fatos dentro do controle”

26 de fevereiro de 2018

Cel. Inácio Paz de Lira Junior, comandante do Comando de Policiamento da Região Sudoeste da Polícia Militar do Estado da Bahia, fala sobre política de combate a violência.

Com 39 anos na corporação da Polícia Militar do Estado da Bahia, o Cel. Lira, é responsável por 94 cidades na regional sudoeste, com um contigente de 2.600 policiais que combate a violência de forma ostensiva.

Combater a violência no País, “ele diz que está complicado porque a sociedade está um caos, a inversão de valores tem dificultado a convivência social. “A Bahia tem um controle das ações por ter uma tropa diferenciada, diferente da situação do Rio de Janeiro.

Na entrevista, reforça a criação do Ministério da Segurança Pública que foi anunciado para hoje, que “é reconhecer a importância da segurança pública, que não é sinônimo de policia militar”.

Cel. Lira, enxerga que a intervenção do Governo no Rio de janeiro, é um momento de resgate da civilidade desta barbárie brasileira.

Os melhores caminhos são apontados por ele através das mudanças da Legislação penal, que é da década de 40, acabar com Sistema paternalista, rever o Sistema prisional que é falido, que desumaniza o apenado, e resgatar uma sociedade que desprezou alguns valores, “porque somos cúmplices de muitas coisas, exemplo quando  escolhemos mal os nossos representantes, quando compramos um celular produto de roubo, quando deixamos de ajudar as pessoas e nos envolvemos só em nossas ações, quando vimos um judiciário que precisa ser reformado”, considera.

Cel. Lira, chama à atenção dos prefeitos quando diz que “os municípios investem milhões em atrações, mas são  incapazes de fazer um projeto esportivo”.

Revela que Guanambi será contemplada com o Projeto de construção de Centro de Atletismo no batalhão, idealizado pela corporação que será implantado em vários municípios, aprovado pelo Governador, para trabalhar com os jovens.

Ele considera que segurança pública é feita com ação da população, quando diz que “a segurança pública não nasce em Marte não, nasce no território dos municípios, e ficamos esperando pelos outros”.

Traz a responsabilidade  do cidadão quando afirma que “fazemos pouco enquanto cidadão”.

Sobre unificação da Policia Militar e Policia Civil, o Cel. aponta que é um caminho, “eu como cidadão gostaria de procurar uma polícia que resolvesse tudo, dividir às competências para o cidadão é ruim, o ideal é completar todo o círculo”.

O Cel. Lira Junior, é a favor da redução da Maioridade Penal e considera “uma incompatibilidade jurídica, porque o jovem pode eleger um presidente, mas não pode responder por seus atos, o entendimento de um jovem é muito maior em relação a uma década atrás, as crianças já nascem com a discernir do que é certo ou errado, diante de tanta tecnologia”.

Sobre o Estatuto do Desarmamento, o Cel. Lira diz que “é contra o desarmamento, porque aumentou a violência”, segundo ele, dados estatísticos confirmam que o Estatuto do Desarmamento quando começou morriam 24 mil pessoas/ano, hoje morrem 61 mil pessoas/ano. “A arma é um direito de defesa, o cidadão pode comprar, mas porta é outra coisa”.

Questionado sobre o armamento dos marginais que são melhores do que o da polícia, ele responde: “É falácia dizer que os marginais tem mais armas do que a polícia”.

Respondendo a situação do aumento dos homicídios na região e em Guanambi, Lira Junior diz “o trabalho que o Cel. Marcelo tem desenvolvido aqui é um trabalho de excelência com os policiais, oficiais e praças. Essa situação é uma variável que não tem como controlar, que não está no controle da polícia, após acontecerem os fatos a Polícia Civil fez uma investigação bem feita, fez a prisão de alguns indivíduos que estavam cometendo os homicídios, a PM através do policiamento ostensivo reforçou algumas áreas conflituosas e ainda ajudou a policia civil no reconhecimento de alguns autores”, pontua.

“Guanambi, ainda é uma cidade que está num nível de homicídios e fatos dentro do controle”.

Cel. Lira, finaliza a entrevista exemplificando o estudo de casos sobre a violência em Nova York (USA) da vidraça, e diz que para combater a violência precisa ser instituído a tolerância zero como mostra o caso. “Acho que cultivar uma política de valor de reconhecimento do policial e daqueles que promovem a justiça também precisa ser resgatado. Toda mudança passa pelo processo educacional em respeitar os outros”, conclui.

Assista a entrevista:

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