Começo esta matéria com uma abordagem diferente das factuais, pois o assunto é muito sério e envolve violência doméstica, que dilacera o âmbito familiar.
Após dois anos sem nenhum feminicídio em Guanambi, nesta sexta, 04, às 22h50, na rua F, nº 95 , loteamento Dr. José Humberto Nunes, Francisca Maria Rodrigues, 41 anos, foi assassinada de forma brutal pelo ex-companheiro Miguel Rodrigues Silva, 44 anos.
Miguel Rodrigues Silva, autor do crime de feminicídio
De acordo as informações no relatório da Polícia Civil, Delegacia Territorial de Guanambi/22º Coorpin, o corpo de Francisca estava caído em decúbito dorsal no jardim da residência, próximo da porta. A filha da vítima, 22 anos, testemunhou quando o agressor Miguel, desferiu vários golpes com um objeto contundente (barra de ferro) que causou o esfacelamento do crânio. Após praticar o crime, o autor evadiu-se do local na condução de uma motocicleta. O casal já possuía ocorrências de agressões registradas na delegacia e já estavam separados há algum tempo.
Segundo informações da Ronda Maria da Penha, eles viviam juntos e Francisca era constantemente agredida. Solicitou medida protetiva e foi concedida em março de 2019 e os dois se separaram. Ela passou a ser assistida pela Ronda Maria da Penha por algum tempo, e no dia 27 de abril ela recebeu a visita da Ronda Maria da Penha em seu local de trabalho e já falava que estava se reconciliando. No dia 29 de abril, ela pediu revogação da medida protetiva, reataram o relacionamento, mas ficaram juntos por pouco tempo. Veja a solicitação da medida protetiva, que foi revogada pela vítima:
De acordo com informação da Ronda Maria da Penha, na sexta feira, dia 28 de agosto de 2020, saiu a publicação online do divórcio consensual deles e aparentemente parecia estar tudo bem. A família era composta por três filhos, um de 25 anos, uma de 22 anos e um de 19 anos.
A Ten. PM Jacimara Ornelas, coordenadora da Ronda Maria da Penha de Guanambi, relata que às mulheres alimentam esperança e sempre acabam cedendo aos companheiros violentos com promessas que vão mudar, mas de acordo sua experiência “o homem que vive no círculo de violência a tendência dele é ficar cada vez mais violento ao ponto de matar essa mulher”, deixando um rastro de destruição que abala toda família.
O Brasil teve um aumento de 7,3% nos casos de feminicídio em 2019 em comparação com 2018, aponta levantamento feito pelo G1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. São 1.314 mulheres mortas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 7 horas, em média.
É o segundo ano seguido em que o número de mulheres vítimas de feminicídios crescem no país. Em 2019, houve uma alta de 12% nos feminicídios. O primeiro levantamento sobre feminicídios no país foi publicado no Monitor em 2018 e, desde então, ele é feito todos os anos.
Na Bahia, em 2017 ocorreu 74 feminicídios, em 2018 foram 76, e em 2019 ocorreram 101 feminicídios. Em Guanambi foram registrados três feminicídios em 2018, um aconteceu no dia 28 de julho, a vitima foi Carolaine França Gonzaga dos Santos, 21 anos. Ela foi morta a tiro pelo seu ex-namorado Breno Dourado Meireles. O crime aconteceu na casa da vitima e o suspeito fugiu. O segundo foi de Valberlice Paula da Silva, (Paula Mega Hair), 38 anos, assassinada pelo seu ex-companheiro que não aceitava o fim do relacionamento. O terceiro feminicídio foi de uma mulher no Residencial dos Pássaros, em que o agressor a matou com arma branca e depois se enforcou no quintal.
A Ten. PM Jacimara Ornelas, ressalta que é importante à mulher pensar bem antes de pedir uma medida protetiva e não voltar atrás, porque muitas voltam e passam pela mesma aflição anterior.
O Delegado plantonista da DT Guanambi/22º Coorpin solicitou a prisão preventiva de Miguel Rodrigues Silva à Justiça de Salvador e foi decretada. Quem souber do paradeiro do autor do crime entrar em contato:
Prisão decretada do autor do crime pela justiça
Por Neide Lu – Portal Fala Você Notícias
