Emilene Silva de Freitas, 40 anos, mora em Águas Claras, mas há quase dez anos só faz exames clínicos no Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular (Labimuno), no Vale do Canela, há cerca de 20 quilômetros da casa dela. A unidade é um dos mais de vinte serviços oferecidos pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) à população e o funcionamento pode ser prejudicado pelo bloqueio de R$ 55,9 milhões da verba da instituição anunciado pelo Ministério da Educação.
Embora a Justiça Federal da Bahia tenha determinado a suspensão do contingenciamento de recursos das universidades federais de todo o País, na noite da última sexta-feira, a Advocacia Geral da União (AGU) deve ingressar com recurso ainda hoje.
A decisão questiona ausência de estudo técnico e dá 24 horas para suspensão do bloqueio, com multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento. No final de maio, a AGU argumentou ao Supremo Tribunal Federal que o bloqueio não compromete o funcionamento das instituições.
Mesmo alheia aos detalhes dessa disputa judicial, Emilene teme perder os serviços do Labimuno, que integra o Instituto de Ciências da Saúde da Ufba: “Nos outros lugares, o atendimento pelo SUS é difícil, tem de chegar muito cedo”. A unidade oferece 170 tipos de exames, incluindo testagens relacionadas ao diagnóstico de síndromes e doenças raras. A Tarde