Caso Alcione e Ana Júlia: No 3º Encontro de Orações do Movimento do Luto à Luta, padre intercede para que autoridades façam aliança com o povo no combate à violência contra à mulher

17 de março de 2022

O ‘Movimento do Luto à Luta’, realizou neste sábado (12), às 20h, na praça da Bíblia, bairro Santa Catarina, o 3° Encontro de Orações, gerido pela paróquia Santo Antônio, na direção do padre João de Sá Teles. A missa foi iniciada com cânticos de louvores da igreja.

Na celebração, o padre externou os seus sentimentos e condolência aos familiares de Alcione e Ana Júlia, pelos 90 dias da morte das vítimas, e prestou agradecimento ao movimento “Do Luto à Luta” pelo convite a Paróquia de Santo Antônio para a realização da santa missa.

Momentos da celebração

Em celebração, as falas do padre João foram marcadas por muita comoção e sensibilidade ao pedir a Deus o seu olhar para a sociedade guanambiense e familiares de Alcione e Ana Júlia e, sobretudo, sobre as autoridades públicas para que possam atender as solicitações do ‘Movimento do Luto à Luta’.

“Estamos pedindo aquele que pode, sobretudo, movimentar e mexer as mentes humanas daqueles que tem em mãos o poder, através de uma simples caneta assinada em um papel para dar ao povo a justiça que lhe é de direito, a paz, a segurança, a tranquilidade”, rogou o padre a Deus.

Para Sá Teles, o papel da igreja no combate à violência contra à mulher visa, acima de tudo, a preservação da vida, assim como afirma Jesus em fala registrada na sagrada escritura, em João 10:10, “eu vim para que todos tenham vida, e a vida em abundância”. E ressaltou, em uma singela fala, que a mulher também é um ser um humano como todos e que, por isso, também é merecedora de respeito e de uma vida com dignidade. Além disso, lembrou a importância da figura feminina no espaço religioso ao deixar a sua contribuição em todas as atividades religiosas, logo após, indagou: “O que seria da igreja sem a presença das mulheres?”, refletiu.

No encontro, o padre também elevou orações a Deus para que sejam viabilizadas mais políticas públicas de combate à violência contra a mulher, bem como, uma aliança com as autoridades afim de assegurar o respeito e a segurança a vida de todas as mulheres para que elas tenham a liberdade de ir e vir sem medo e sem pavor, nas ruas da cidade ou dentro dos seus lares.

Andamento do processo

A vara crime de Guanambi está atualmente com um juiz substituto com várias comarcas em sua responsabilidade, por consequência disso, há uma demora prolongada na agilidade da investigação das provas que são relevantes para a realização do processo.

Qual a finalidade do movimento?

O Movimento “Do Luto à Luta” tem buscado, por meio de reuniões encabeçadas por representantes da rede de combate a violência contra à mulher, em parceria com o setor educacional, a efetivação da disciplina Educação e gênero na rede educacional de Guanambi, pública e privada, ensino básico e universidades, que vise a desconstrução da cultura do machismo estrutural. Bem como, a implantação do CRAM (Centro de Referência ao Atendimento à Mulher), instalação de um serviço de apoio às mulheres e famílias vítimas de violência; construção do mapa da violência contra as mulheres em Guanambi e região; e a implantação da DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) pelo governo do estado da Bahia.

Constituição do Movimento

O Movimento Do Luto à Luta é constituído por familiares de Alcione e Ana Júlia, Procuradoria da Mulher da Câmara de Vereadores de Guanambi, Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, Ronda Maria da Penha, Polícia Militar, Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher – OAB Guanambi, representantes religiosos e populares.

Órgãos que compõem a rede de proteção às mulheres vítimas de violência em Guanambi

Procuradoria da Câmara de Vereadores de Guanambi, Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher –CMDDM, Ronda Maria da Penha, Polícia Militar, Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher – OAB Guanambi, Ministério Público, Delegacia de Polícia de Guanambi, Defensoria Pública da Bahia, 17º Batalhão de Polícia Militar da Bahia, Centro Integrado de Comunicação – CICOM 190, Ronda Maria da Penha PM, Conselho Tutelar, Secretaria de Assistência Social, CREAS, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde, Instituto Médico Legal, Justiça Vara Crime, Hospital Geral de Guanambi, UPA 24 horas, Uneb, UniFG, Unopar, escolas particulares e igrejas.

Denúncias anônimas de abuso e violência contra à mulher, entre em contato:

Zap Respeita as Minas: Orientações, informações, denúncia sobre violência doméstica e muito mais. É só acionar (71) 3117-2815 e entrar em contato.

Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180

CICOM  (Centro Integrado de Comunicação ) Polícia Militar – 190

Procuradoria da Mulher da Câmara de Vereadores de Guanambi – (77) 3451-3626 (Gabinete Vereadora Míria Paes)

Zap da Procuradoria da Câmara de Guanambi – 77 9.9998-1564

Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher – OAB Guanambi –  (77) 3451-1994.

 Dados reais sobre a violência na Bahia

De acordo o levantamento da Rede de Observatórios da Segurança, responsável pela pesquisa, os dados são estarrecedores sobre à violência contra à mulher na Bahia em 2021, registrando um caso de violência contra a mulher a cada dois dias. O estado ocupou o quarto lugar no índice nacional de vítimas, ocorrendo 66 feminicídios, 50 agressões e tentativas de feminicídios e 29 estupros. Outros quatro tipos de violência contra a mulher ainda foram denunciados: 55 homicídios, 13 tentativas de homicídios, 7 torturas, cárceres privados e sequestro, 6 agressões verbais e ameaças. Somando os casos de balas perdidas e os considerados como outros, 232 eventos de violência foram contabilizados.

Assista o vídeo do 3º Encontro de Orações:

Edição: Neide Lu (MTBE 6466), Portal Fala Você Notícias

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